Marcos Tecora Teles

Marcos Tecora Teles

Friday, December 06, 2013

Sob o Azul do Céu -Trecho




Entendi o porquê de tanta gente e tanta correria, e por que todos tinham tanta pressa, o mercado iria fechar mais cedo, era véspera de natal e todo mundo ali precisava chegar em casa pra não perder a festa.Mas eu não tinha pressa, eu não sabia o que realmente significava o natal, minha mãe dizia que foi o dia em que Cristo nasceu.Mas para mim era um dia como outro qualquer, sabia que as crianças ganhavam presentes no natal. Lá em casa não ganhávamos nada. Na vila também ninguém ganhava nada. A não ser quando as eleições estavam próximas, aí chegavam uns homens de gravata, com carros cheios de bolas, carrinhos e bonecas. Eles mandavam as crianças fazerem uma fila e iam entregando um a um. Mas os brinquedos eram tão ruins, que as crianças mal começavam a brincar e as bonecas perdiam os braços, as pernas, os carrinhos perdiam as rodas e as bolas eram de um plástico tão fino que pareciam balões de aniversário. Depois os homens de gravata faziam um discurso, ficavam emocionados e prometiam voltar em breve.Eu nunca os esperei.
Até que tive sorte, escolhi o dia certo pra começar a trabalhar ali no Mercadão.Carreguei várias sacolas, as senhoras eram simpáticas, ganhei um bom dinheiro de gorjetas e no final do dia, até frutas boas eu levaria pra casa.
Entrei no ônibus de volta pra casa. Agora estava menos cheio, tinha até lugar pra escolher.Sentei lá no fundo, encostei a cabeça no vidro e fui olhando o caminho de volta. Lembrei do presépio, dos enfeites de natal.  E que Papai Noel era gordo, sorridente e tinha olhos azuis.E nunca, nunca apareceu lá em casa.

Wednesday, November 27, 2013

Rua das Lembranças






Já é mais um dia e aí venho eu de volta
Caminhando pelas ruas, as ruas da periferia
Pensando aqui comigo mesmo
Quantos sonhos, desejos impossíveis
E nos pontos de ônibus
Manadas humanas de cabeças baixas
Esperando o trem da vida passar
Sigo olhando os carros velhos, as mesmas pedras encostadas
Um trem que viaja solto e vazio
Vou olhando as veias expostas
As fraturas expostas e os sorrisos tristes
Desses guerreiros e guerreiras
Dessa gente que caminha procurando um rumo
Pelas ruas, sempre as mesmas ruas
Ruas empoeiradas da periferia
Na memória vou buscando os amigos
Todos os que partiram pra última viagem
Todos os que foram empurrados pros infernos
Os mesmos amigos que ouviam Dafé e Tim Maia
Que procuravam comigo os bailes nos sábados á noite
Sempre caminhando pelas ruas, ruas empoeiradas da periferia
Um anjo sem asas passa por mim
De olhos molhados, com lágrimas vermelhas
Expulso do paraíso, como tantos, como tantos
Também veio morar aqui, na rua das lembranças
Mata o tempo olhando os rostos marcados de minha gente
Dessa gente que sonha e caminha
Dessa gente que sonha e caminha
Pelas ruas, sempre as mesmas ruas, ruas empoeiradas da periferia.

Tuesday, November 19, 2013

Pobres Fanáticos



Este é um texto antigo,ainda cai bem...

Os militantes do PT agem como torcedores fanáticos e sempre perdem a razão,no fundo eu até entendo, é a paixão...
Defendem o árbitro quando este "rouba" à favor de seu time,mas quando é o contrário...
Não quero com minhas opiniões tentar fazer “lavagem” cerebral em ninguém. Aliás os marqueteiros nazistas do PT conseguem fazer isso muito bem,basta ver a fúria com que algumas pessoas defendem o Lula.
Não tenho pretensão alguma de influenciar ninguém com minhas opiniões,apenas exerço meu direito(por enquanto) de expressá-las.
Mas se as pessoas não conseguem entender o que digo e escrevo,lamento.Precisam abrir o olhos e calar a boca.Tentar ofender alguém que você não conhece não é muito bonito e nem democrático.
Respeito é um principio básico de civilidade.
Quando falo do PT,sei do que estou falando.Conheço muitos pilantras que se dizem democratas e só querem mesmo é o poder absoluto.
Quanto aos homens da Al Qaeda,tenho certeza,são mais corajosos que os "gangsters" do PT.
Estamos numa democracia sem-vergonha,sim. Mas por enquanto ainda vale a vontade da maioria,então votem em quem quiserem,depois teremos que consertar tudo mesmo.
Mas o que dói mesmo é observar a ingenuidade de gente de bom coração e índole irretocável,"trabalhando" pela “reeleição” de um mau caráter.


Thursday, November 07, 2013

A Sacola Mágica



A Sacola Mágica

Não sei de onde surgiu essa história,a ouvi anos atrás em uma mesa de bar. Talvez seja uma adaptação de alguma história conhecida ou um desses contos de domínio público.
Tenho contado essa história para crianças,mesmo não sendo exatamente um conto infantil. O que sei é que as crianças adoravam ouvi-la. Por isso,resolvi escrevê-la e espero que divirtam-se com o texto.

Um mendigo caminhava pelas ruas de uma grande e rica cidade. Carregava com cuidado uma velha sacola. Ele estava faminto,caminhava sem rumo por dias e dias.
Ao passar em frente a um restaurante,parou, pensou e entrou no estabelecimento. Os funcionários ficaram surpresos e ao mesmo tempo constrangidos ao verem aquele homem maltrapilho e carregando uma sacola suja entrar em lugar tão fino.

O mendigo pediu para falar com o gerente,os funcionários relutaram,deram desculpas e por fim,chamaram o gerente do restaurante.
O gerente aproximou-se e perguntou o que queria o mendigo:
-Em que posso servi-lo?
-Posso falar com o senhor por um instante,em particular?
Surpreso com a educação do homem,o gerente o levou para um canto do restaurante.Indicou -lhe uma cadeira e também sentou-se.
O mendigo ajeitou com cuidado a velha sacola e falou para o gerente:
-Me desculpe a audácia de entrar em tão elegante restaurante e tomar seu precioso tempo,mas estou caminhando por dias e estou faminto. O senhor poderia me servir um prato?
O gerente não ficou surpreso com o pedido do homem,era habitual pessoas pedirem o que sobrava dos alimentos. O gerente revelou um motivo especial para atender aquele pedido:
-Olha amigo,me desculpe a tristeza,perdi minha mãe há poucos dias. Ainda estou muito triste e acho que servir-lhe um prato vai me trazer um pouco de alegria,pois sei que minha mãe ficaria orgulhosa de mim, ela era uma mulher caridosa.
O gerente chamou um garçom e pediu que servisse o melhor prato e o melhor vinho àquele miserável. E assim foi feito.
Após alimentar-se o mendigo chamou novamente o gerente e lhe falou:
- Amigo,muito obrigado!
-Não há de quê. Receba como um presente à memória de minha mãe-disse o gerente.
- O senhor tem um local onde eu possa lhe mostrar uma coisa?
Novamente surpreso o gerente leva o homem para a dispensa do restaurante. Lá dentro o mendigo pede para que ele tranque a porta.
-Não se assuste,não vim lhe causar mal,o que tenho pra mostrar é somente para o senhor-falou o mendigo.
O homem maltrapilho e miserável colocou a sacola em cima de um mesa e lá de dentro tirou uma miniatura de um piano. Com extremo cuidado,colocou as mãos novamente dentro da sacola e de lá retirou dois camundongos trajando fraque.
O gerente olhava incrédulo para aquele homem,tentando imaginar o que ele faria com os ratos e o pequenino piano.
O mendigo abriu um sorriso e ordenou que um dos camundongos tomasse lugar ao piano. O pequeno animal ajeitou o traje e sentou-se no pequenino banco. Com mais um sorriso o mendigo ordenou que o outro camundongo se colocasse ao lado do pequenino instrumento.
Encantado e extremamente emocionado o gerente estava mudo,presenciava uma maravilha.
Com um pequeno palito ,o mendigo começou a reger seus músicos.

O camundongo ao piano fazia soar notas celestiais e da garganta do outro camundongo,saía uma voz jamais ouvida.
O gerente ouvia a música e chorava...E chorava...E chorava...
Após os dois camundongos executarem a música,o mendigo os colocou de novo dentro da sacola.
-Obrigado pelo almoço.-disse o mendigo ao gerente do restaurante.
Ainda trêmulo pela surpresa e tocado por tamanha emoção o gerente pergunta ao mendigo:
-Porquê você vive na rua? Você pode vender esses animais e ficar rico.
-Não preciso de dinheiro. Esses dois animais são minha família e minha vida. Não haveria dinheiro que pudesse comprá-los.
-Muito obrigado por ter me mostrado um milagre de Deus- disse o gerente.
Após agradecer pelo alimento e pelo vinho o mendigo foi embora. Minutos depois ele retornou e chamou o gerente:
-Me perdoa!
-Perdoar? Eu que te agradeço. Você me mostrou uma maravilha - falou o gerente.
- Eu menti para o senhor. Aproveitei seu momento de tristeza e menti. Me desculpe.
-Como mentiu?Ouvi a música,vi os ratinhos …
-Na verdade,quem faz tudo é o pianista,o outro apenas dubla.

O mendigo foi embora com sua sacola e nunca mais foi visto naquela rua.

Tuesday, October 08, 2013

Vem aí ! Sangue nos Olhos






 Sangue nos Olhos

   -Você não se lembra de nada?
  Claudinei ouvia Luiz perguntar sobre a noite anterior.
 -Nada,só lembro quando ele pisou no pescoço de Carminha.
 -E ela? Também não viu?
 -Ele bateu muito nela,ficou desacordada.

 Luiz vai até o fundo do sitio,olha atentamente o poço que há tempos estava abrindo.Volta,olha para o amigo e pergunta ainda assustado com o que via:
-Você fez tudo isso sozinho? Enterrou o corpo no poço? Limpou o sangue?

Claudinei confirmou balançando a cabeça.

-Você consegue se levantar?
Claudinei,fica de pé e empurrando a cadeira de rodas diz para o amigo:
-Dói um pouco.Fiquei muito tempo sentado.
-Carminha te viu de pé?
-Não,é melhor que ela não saiba o que aconteceu,ela só se lembra de ter apanhado do safado do Firmino.

 Luiz faz o sinal da cruz e comenta:
-Caralho!Credo em cruz!

Wednesday, August 28, 2013

A Bolsa de Guardar Estrelas



A Bolsa de Guardar Estrelas

Existe um tempo em nossa infância que muitas coisas inexplicáveis acontecem com a gente. E no fundo, quem quer explicar?Apenas vivemos...e também, depois que crescemos nossa memória não consegue mais nos trazer as imagens da primeira infância.

Não me recordo muito bem. Nem quando,nem como. Sei que já fui pequenino.
Uma vez viajei para a casa dos meus avós ,no interior da Bahia. Passei alguns dias maravilhosos por lá. No dia da viagem de volta,minha avó Idalina me chamou lá nos fundos da casa e me deu de presente uma velha bolsa de couro.
Recebi aquele presente sem entender direito a utilidade de tal objeto.
Minha avó Idalina ,sorriu entendendo minha dúvida e inquietação e me disse com voz delicada:
- Essa é uma bolsa valiosa,ela é para guardar estrelas.
Fiquei ainda mais curioso e lhe perguntei:
-Como assim,vó? Pra guardar estrelas?
-Quando a noite estiver muito,muito estrelada fique de olhos bem arregalados,você vai poder ver as estrelas caírem do céu.
-Estrelas caem? Porquê vó?
-No céu nem sempre tem espaço para tantas estrelas. Elas crescem e vão empurrando umas às outras. As mais fraquinhas por não terem forças para se segurar,sempre se soltam. Por isso você tem que ficar atento,quando alguma cair,corra depressa,pegue-a com cuidado e coloque-a na bolsa. A bolsa não deixa que elas se apaguem.

Lembro que a noite era clara. E eram tantas as estrelas, que pareciam querer encobrir todo aquele céu. Lembrando das palavras de minha avó,fui lá dentro de casa e peguei a velha bolsa que eu havia deixado debaixo da cama.
Fixei os olhos lá no alto e uma luz veio descendo,descendo até cair no meio do taboal que existia em frente a minha casa. Corri como louco,peguei a pequena estrela e a coloquei rapidamente na bolsa.
Durante algum tempo,pegar e guardar estrelas era minha distração.
Logo a notícia se espalhou e pessoas de todos os cantos do mundo vinham até minha casa,somente pra ver as estrelas que eu guardava na velha bolsa.

O tempo passou muito rápido,eu cresci e guardar estrelas, era para crianças,não para rapazes. Mesmo assim,de vez em quando eu ia lá,abria a velha bolsa e olhava o brilho que vinha de dentro.
O tempo continuava passando rápido demais e, guardar estrelas era coisa para crianças,não para homens.
Um dia fui olhar a velha bolsa,lá não havia estrela alguma. Elas se apagaram e até a velha bolsa parecia ainda mais velha...parecia triste.

Quando crianças sempre temos algo para guardar alguma coisa.Alguns possuem um baú,uma caixa, ou mesmo uma velha bolsa para... guardar estrelas.
Quando crescemos,sem saber, ganhamos um pequeno vaso invisível,onde a gente guarda as lágrimas que choramos nos nossos dias mais tristes,mas também, o sorriso mais feliz que demos em nossa infância.

E hoje chegou uma notícia. De que uma garotinha na Palestina,possui uma velha bolsa... De guardar estrelas...

Monday, August 05, 2013

O Brasil é o País do Crime

O Brasil é o País do Crime!



Imagem internet


O crime é o maior empreendimento do Brasil.Não há neste país nenhum outro investimento tão lucrativo e seguro. Não há nenhuma fábrica de bens de consumo, nenhuma rede de venda a varejo, nenhuma empresa prestadora de serviços, de telecomunicações ou qualquer outra atividade lícita que dê tanto lucro quanto o crime. O crime é uma instituição genuinamente brasileira.Nenhuma outra nação conseguiu adotar de forma tão competente esta atividade.


Para começar a dissertar sobre este assunto terei que voltar lá nos primórdios, na época do descobrimento, quando Pedro Álvares Cabral aqui chegou, trazendo sua corja de genocidas e estupradores.

Depois de tomada a posse destas terras tropicais, a coroa portuguesa, temendo invasões estrangeiras, preocupou-se em povoar a nova colônia. Mas lá na corte eram poucos os que queriam aventurar-se na travessia do oceano atlântico, por não saberem o que os aguardavam em lugar tão distante e misterioso.Não restando alternativa, a aristocracia resolveu fazer acordos com a marginália de Portugal.Viriam para o Novo Mundo e aqui começariam nova vida.Muitos receberiam títulos e terras.O que seria absolutamente conveniente, pois resolveriam dois problemas ao mesmo tempo, se livrariam da escória e conseguiriam tomar posse de verdade das novas terras conquistadas.Os acordos foram feitos.E o Brasil começou assim...

Não vou me dar ao trabalho de relatar aqui o que já temos como registros históricos de pilhagem na época da colonização, pois quero entrar no assunto que é o título deste texto.


No Brasil sempre houve apenas duas classes sociais, ricos e pobres. A chamada “classe média” surgiria anos depois com a revolução industrial no País.

Os ricos sempre fizeram as leis e sempre tiveram nas mãos os rumos de nossa nação.As leis sempre foram feitas pelos ricos para uso próprio como forma de proteção, já que no início do século XX até meados dos anos 50, os que mais cometiam crimes no Brasil eram fazendeiros, grileiros, posseiros e proprietários de manufaturas.Eram eles que encomendavam assassinatos, por questões de terras, estupravam mulheres e expulsavam trabalhadores de pequenas cidades.Quando por algum descuido eram pegos pega lei, o poder financeiro os livrava facilmente de qualquer empecilho penal.
O (atual?) código penal brasileiro data de 1940.E foi feito sob medida para as classes dominantes.
Durante o correr dos anos, algumas leis foram incluídas, outras alteradas, modificadas, porém, o código continuou a ter seu uso dirigido à mesma camada da sociedade e hoje, por ironia, também favorece o crime organizado.

Indubitavelmente o crime dá lucro, todos ganham muito com ele, em todos os setores da sociedade.A violência gera empregos diretos e indiretos.Seja contratando criminosos ou aos que vivem em decorrência de delitos.Como advogados, juízes, policiais, empresas de segurança privada, empresas de acessórios eletrônicos, traficantes, ”aviões”, “mulas”, sequestradores, assassinos, sindicalistas, imprensa,

políticos, empresários, publicitários,fiscais de prefeituras e de todas as instâncias de fazenda pública,entre tantas outras atividades.

O Brasil foi planejado para o crime!

Sem o crime o país não cresce!
Acredito que pelo menos 70% da população brasileira já tenha cometido um delito, mesmo sem saber.Muitos de nós já corrompemos alguém ou fomos corrompidos.

De onde vem todo este mal? Podem dizer que sou radical, etc, mas vou afirmar com convicção.O Crime também e principalmente, nasce dentro na lei (lei?)!


A POLÍCIA


A polícia brasileira é assassina e cruel, a polícia brasileira é quem corrompe o sistema inteiro.

A polícia no Brasil tem poder demais, muito mais do que deveria ter!
Dê uma carteira e um revólver na mão de alguém despreparado e veja o que acontece. No mínimo, truculência e abuso de poder.A polícia no Brasil é quem fomenta o crime, é quem dá a certeza de impunidade.A polícia sempre teve um preço.Antes era paga pelos senhores de escravos. Hoje é paga para proteger os mesmos senhores, mas ao mesmo tempo, também recebe do crime.
Desarme a polícia e diminuirá a violência! Ou você acredita
que quem arma os bandidos são os cartéis da droga?
Sabemos que é impossível combater o crime com tamanha desfaçatez.
Como acreditar numa polícia que acha que tem o poder de abordar, prender, julgar e punir um cidadão em uma rua de uma periferia qualquer? Como acreditar em uma polícia que constitui sociedade com traficantes?
Como acreditar em uma polícia que transforma delegacias em balcões de negócios?
Como acreditar em uma polícia que usa carros do estado pra recolher moedas em caça-níqueis, dinheiro em bordéis e em casas de jogos? Isso é só pra dizer o mínimo!

OS PRESÍDIOS


As cadeias estão sempre lotadas, por quê será? Muitos criminosos? Também. Mas será mesmo apenas isso? E os lucros das cadeias? Com quem fica? Sim! Cadeia dá lucro! Ou você acredita mesmo que um preso possa custar 1.700 reais ao estado? Vamos fazer uma conta?

Os restaurantes do governo do Estado de São Paulo, subsidiam refeições vendidas nos restaurantes Bom Prato, cada refeição custa 1 real.Um preso se alimenta em média três vezes ao dia, então no final de trinta dias ele consumirá 90 reais em média dos cofres do estado, sem falar que presos não recebem material de higiene, como sabonetes, pasta de dentes, etc.
Então, como pode um preso custar 1700 reais aos cofres do estado? Você ainda tem dúvidas de que o crime é um grande negócio?
O Brasil tem pressa em formar criminosos!
Qual o verdadeiro motivo de tanto descaso com nossas crianças? Por quê tanta maldade com nossos adolescentes?
A verdade está aí, nua e crua.O crime é o maior empreendimento deste país.

Uma outra pergunta: Por quê será que não reformam o código penal?Será que é porque as perdas (financeiras) serão muito grandes?Por quê será?


MÁQUINA DE FABRICAR CRIMINOSOS


Na história da humanidade sempre houve o uso da mão-de-obra de prisioneiros.Presos políticos, presos de guerra e etc, que foram designados para trabalhos forçados.Os Estados Unidos e muitos países europeus usaram e ainda usam muito desta “força de trabalho”.

Como citei anteriormente o código penal brasileiro não obriga o preso a trabalhar.Claro, por causa do código “caduco”, feito para “barões”.Hoje em dia um preso que queira trabalhar,tem que pagar alguma coisa a alguém,já que um dia de trabalho lhe é debitado na pena .
Mas existe e sempre existiu um esquema para encher cadeias.Para muitas “autoridades” cadeia cheia é investimento,é bolso cheio.
Será que é tão difícil educar alguém? Como pode uma criança de 10 anos se transformar em um assassino cruel?Eu tenho a resposta.
A antiga Febem (hoje Fundação Casa), sempre foi uma máquina de fabricar criminosos. Durante o regime militar (onde tudo começou), menores infratores ou não, eram literalmente “jogados” nessas casas de correção.Mas nunca houve intenção de corrigir ninguém, o que sempre houve foi coação, violência, abuso sexual e outras humilhações.Ao invés de reeducar os futuros cidadãos, criavam e continuam criando exércitos de psicopatas.
Tenho muitos amigos que passaram pela Febem, muitos sobreviveram e hoje levam uma vida pacata, com família e trabalho digno. Muitos outros, anos mais tarde, morreram em confronto com a polícia.Mas todos, todos entraram lá crianças. E eram crianças que ainda jogavam bola na rua, brincavam com bolinhas de gude, soltavam pipas.E muitos eram absolutamente inocentes.
As pessoas procuram a resposta para tanta violência e por incrível que pareça a resposta está na frente de todos.

Todos sabemos da condição desumana com que são tratados os encarcerados.

A cadeia pode ser humanizada.
Pode sim! Dê trabalho e escola aos presos. Cadeia tem quer boa! É isso mesmo!Cadeia tem que ser boa, com horário para o trabalho, com horário para o estudo, para o culto religioso, horário para as refeições, para o entretenimento e etc.
O preso tem que pagar sua pena sem benefício algum, tem que cumprir integralmente, porém, tem que ser preparado para voltar à sociedade.
O estado não precisa gastar um centavo na formação escolar e profissional de um preso. A cadeia é autossustentável. Para cada três dias de trabalho é abatido um dia de pena.Todos querem trabalhar, é lógico, quanto mais estudo e trabalho, mais próxima estará a liberdade.
O estado não quer educar os cidadãos livres, imagine se vão se dar ao trabalho de educar os encarcerados.
Como afirmei o custo na educação e formação dentro dos presídios não custará nada aos cofres públicos.As cadeias estão cheias de profissionais.Lá estão professores, médicos, advogados, engenheiros, e tantos outros profissionais.O trabalho não é moeda de troca com a liberdade? Então?
Claro!Um ensina o outro, um trabalha para o outro e todos trabalham de graça para o estado.Todo mundo sai ganhando, principalmente a sociedade que ao invés de receber de volta assassinos revoltados, receberá profissionais com anos de educação.
Como escrevi no início, o Brasil é o país do crime.Não parece que esse estado de coisas irá mudar tão cedo.Uma sociedade moldada na mentira e na corrupção levará décadas para se transformar.

Sei que não é possível acabar com o crime.Quase todo o sistema jurídico que conhecemos foi formulado com base no velho testamento.Muitas nações adotaram a religião como ponto de partida para suas leis, mas os livros sagrados apontam como maior benção o livre arbítrio.Todos somos livres para fazermos o que quisermos, o que é um paradoxo.


O crime nunca vai acabar, mas é possível transformar o criminoso. O problema é que no Brasil não se combate o crime de verdade, na fonte.

A verdade é que o crime sempre foi e sempre será a maior fonte de renda deste país!
O Brasil é o país do crime!

Sunday, August 04, 2013

Sangue nos Olhos

Sangue nos Olhos

Um trecho.

   O Opala reluzente surgiu rodando devagarinho na descida depois da curva, na rodovia Régis Bitencourt, divisa das cidades de São Lourenço e Itapecerica da Serra.


   Os policiais recebiam a confirmação pelo rádio de que era mesmo esse veículo,um Opala 4.1 S, preto,placas AL 1018 de São Paulo.

  Acabara de ser  montado o bloqueio policial,várias viaturas e alguns caminhões fechavam os dois lados da estrada,os soldados estavam de prontidão,preparados para parar o veículo que parecia vir aumentando a velocidade a cada palmo de chão.
  
   O Opala começou a ganhar um pouco mais de velocidade e os primeiro tiros de advertência foram disparados,o veículo não parava.

   Os tiros já partiam em direção ao veículo e ele só rodava mais e mais depressa...Até se chocar em um dos caminhões que fechavam a rodovia.

   Os policiais se aproximaram e dispararam vários tiros,quebrando os pára brisas do carro.
   Um oficial aproximou-se lentamente do carro,empunhava uma pistola e gritava para que o ocupante saísse com as mãos na cabeça.

   Longos e tensos minutos passaram-se,nem uma movimentação ou barulho vinha de dentro do Opala,apenas o fogo que começou a se alastrar pelo interior do carro.
   Outros policiais juntaram-se ao oficial,abriram as portas do carro e lá dentro só havia as ferragens do que sobrara de uma cadeira de rodas...
 

Wednesday, June 12, 2013

Movimento Passe Livre

Movimento Passe Livre

Talvez eu esteja indo na contra-mão da história,mas tenho minhas convicções e algumas certezas sobre algumas coisas nas quais acredito.
Sou a favor do Movimento Passe Livre!
Acho justa e pertinente as manifestações que a juventude está fazendo em São Paulo.
Acho que o movimento tem que se expandir,exigir outras coisas também,não só a redução dos preços das passagens.
Muitos dizem que a passagem não é tão cara,que foi reajustada abaixo dos índices de inflação,pode ser,mas a qualidade é uma vergonha. Outra coisa,dizem que não pode ser gratuita,como não? O idoso já esta isento de pagar passagem,porquê não isentar os estudantes, eles já pagam metade. Investir no estudante não é investir no futuro da nação?
Se é possível dar isenções para clubes de futebol,instituições sem fins lucrativos,estádios de futebol,partidos políticos,etc. Será tão oneroso o investimento em educação,em forma de custear o transporte de quem estuda?
Sou a favor do Movimento Passe livre,que também deveria colocar outros assuntos importantes na pauta de reivindicações,como;o fim da obrigatoriedade do voto, mais rigor da lei contra a corrupção,um plano imediato de reformulação do ensino,a diminuição dos gastos com 'parasitas' no serviço público,a entrega do patrimônio público para empresários e empreiteiras,a diminuição da carga tributária,entre outros tantos problemas que nos impedem de viver em paz.
Não aceito a violência gratuita como forma de manifestação,e tenho certeza que as ações de vandalismo que estão ocorrendo não são de pessoas do movimento e sim de aproveitadores,”políticos profissionais”, infiltrados,querendo tirar proveito eleitoreiro.
Acho oportunas as manifestações,já passou da hora de gritar,de cobrar com energia os poderes estabelecidos constitucionalmente que são mantidos pelo suor das pessoas desta nação.
Sou a favor do Movimento Passe Livre,sou a favor do Movimento Brasil Livre!

Marcos Teles


Friday, June 07, 2013

A Noite e os Anjos






Essa  música da Banda Tecora  será umas das que estarão no álbum de estreia de Esther Ribeiro.

Quando a noite acabar
Me conta o que viu na rua
Tira o horror do olhar
Põe minha saliva na tua

Fala do andarilho gelado
Do fantasma na casa ao lado
Fala da força do vento
Mostra o palácio sem telhado
E o sangue escuro no calçamento

O mundo se acabando e eu cantando
Alguém está matando os nossos anjos


Pode olhar pela janela
Mais mil corações despedeçados
Olha a fúria de um menino bandido
Não confie na justiça que mata
Por que ela nunca está errada


O mundo se acabando e eu cantando
Alguém está matando os nossos anjos

O mundo se acabando e eu cantando
A droga está matando os nossos anjos

Colombiana



Um dia ele quis sair de casa
E se jogar de cara no mundo
Nunca pensou sofrer
Mas caiu num abismo profundo

Esculpiu planos,estratégias
A metrópole não o assustava
Com espada de madeira,era guerreiro
Como todo menino, sonhava

Mas chegou a hora de crescer
Hei! Juventude desesperada
Sem lágrimas pra chorar
Procurando tardes de domingo
Ou um poste pra se enforcar

A solidão o acompnaha
Seus companheiros de apartamento
São seus devaneios,seus sonhos
Mas seu espelho lhe obriga ver
Não é o homem que queria ser
Não é o homem que podia ser

Hoje tem amiga de solidão
Uma bruxa colombiana
Uma aranha que lhe prende à sua teia
Viaja,viaja ao centro do seu coração
Sempre se vê procurando uma veia
Com uma agulha presa a mão.

Rua das Lembranças


Já é mais um dia e aí venho eu de volta
Caminhando pelas ruas, as ruas da periferia
Pensando aqui comigo mesmo
Quantos sonhos, desejos impossíveis
E nos pontos de ônibus
Manadas humanas de cabeças baixas
Esperando o trem da vida passar

Sigo olhando os carros velhos, as mesmas pedras encostadas
Um trem que viaja solto e vazio
Vou olhando as veias expostas
As fraturas expostas e os sorrisos tristes
Desses guerreiros e guerreiras
Dessa gente que caminha procurando um rumo
Pelas ruas, sempre as mesmas ruas
Ruas empoeiradas da periferia

Na memória vou buscando os amigos
Todos os que partiram pra última viagem
Todos os que foram empurrados pros infernos
Os mesmos amigos que ouviam Dafé e Tim Maia
Que procuravam comigo os bailes nos sábados á noite
Sempre caminhando pelas ruas, ruas empoeiradas da periferia

Um anjo sem asas passa por mim
De olhos molhados, com lágrimas vermelhas
Expulso do paraíso, como tantos, como tantos
Também veio morar aqui, na rua das lembranças
Mata o tempo olhando os rostos marcados de minha gente
Dessa gente que sonha e caminha
Dessa gente que sonha e caminha
Pelas ruas, sempre as mesmas ruas, ruas empoeiradas da periferia.

Friday, May 31, 2013

Contos Eróticos Infantis - A Moça Mais Bonita e o Dia Em Que Fui Herói



Quando adolescente, fui trabalhar no Itaim-Bibi,na fábrica de sapatos de um parente. Eu ainda era praticamente uma criança, e claro,muitas coisas eu ainda não entendia.
Ao lado da fábrica havia dentre outras coisas, uma oficina de chaveiro,uma oficina mecânica,um estúdio fotográfico e uma lanchonete.
Todos os dias ao cair da tarde,reuniam-se ali na lanchonete, praticamente todos os homens daquele pedaço da Rua Bandeira Paulista. Formou-se ali um verdadeiro “Clube dos Cafajestes Tupiniquim”.Como não podia deixar de ser,os assuntos eram os mais variados,desde a final do campeonato até a última “beldade” na capa da revista Ele & Ela. Óbvio também, que nunca ficavam de fora os comentários sobre as mulheres que passavam por aquela parte da rua.
Sem perceber eu também passei a fazer parte do “clube”.Participava das conversas,bebia cerveja e até me arriscava em algumas “cantadas”.

Agora é que “ela” vai entrar na história

Ela passava todos os dias em frente a lanchonete,sempre no mesmo horário,levava uma criança para uma escola na Rua Pedroso Alvarenga. Ela trabalhava em uma casa de família na Rua Urussuí. Seu caminho era ir pela Rua Bandeira Paulista e voltar pela Rua Tabapuã.
Quando ela surgia carregando a criança pela mão,era o momento de maior “tensão” no “clube”.
Ela era linda,o sonho de todos os marmanjos que se reuniam na lanchonete do Zé Pinto. Quando ela passava,dirigiam-lhe todo um dicionário de elogios,pediam-lhe em casamento,assovios e outras tantas coisas que nem posso citar neste texto. Quase todos os dias a cena se repetia.
Ela seguia impassível,sabia do poder de encantamento que exercia sobre aquela turba de “desocupados”.Não esboçava reação alguma,nenhum gesto,um mínimo sinal de sorriso,caminhava altiva e serena,impávida e colossal.
Depois que ela passava seguiam-se os comentários;alguns diziam que ela já estava “no papo”,que era questão de dias para conquistá-la,outros faziam apostas apara ver quem a conquistaria primeiro.
Os dias,os meses seguiam e nada acontecia. Ela continuava passando,o “clube “ se alvoroçava e ela desaparecia na esquina. Novamente comentários e apostas.

Da queda ao heroísmo

Eu estava lá, sozinho na porta da fábrica,sozinho na rua,pronto para ir embora quando de repente, ela surgiu na esquina. Meu coração quase escapou boca afora. Ela vinha se aproximando,como numa cena de filme romântico,parecia caminhar em câmera lenta. Quando passou por mim tive coragem e mandei um Psiu!.Ela caminhou alguns passos ,virou-se e voltou em minha direção. Daquela boca sensual soou a pergunta que me jogaria no fogo do inferno da vergonha:
- O quê você quer comigo menino?
Fiquei mudo,sem saber o que responder. Como não havia pensado no que dizer depois do psiu,balbuciei tremulamente:
-Nada não...
-Tudo bem.
Ela falou e se foi.

Como diria Mark Twain ;as cortinas da vergonha caíram sobre essa cena...
Para minha sorte, não havia testemunhas para essa fracassada e imbecil tentativa de conquista.

A partir deste dia passei a me esconder dela,quando era a hora dela passar,eu corria para os fundos da fábrica e inventava algo para fazer.
Essa estratégia em esconder minha vergonha não durou muito tempo. Numa tarde de novembro,sem que eu sequer imaginasse,os agentes do destino conspiravam para minha redenção. Ela surgiu radiante,vestia uma minissaia branca,tinha os cabelos molhados e parecia desfilar.
Aquela hora o"clube” estava mais cheio do que nunca,havia mais membros,até o delegado estava lá.
Tentei me refugiar,não deu tempo,ela sorriu e parecia olhar para mim. Ela passou pelo “Clube dos Cafajestes”,aproximou-se de mim e surpreendentemente lascou um beijo em minha face rubra. Ela sorriu e falou:
-Oi menino bonito.
Fiquei estático,como um objeto inanimado e olhando pra ela indo embora...

Depois que ela se foi,todos correram em minha direção. Muitos gritavam vivas, outros já preparavam os rojões, alguns já pensavam em chamar os bombeiros para um desfile em carro aberto.
E assim me tornei o herói do “clube”.


Ah! Ela? Não a vi mais. Soube através de pessoas da Favela da Funchal, que ela engatou um tórrido romance com o japonês do estúdio fotográfico. Mas ainda guardo uma lembrança,uma foto dela em cenas picantes numa página de uma revista erótica.

Sunday, May 12, 2013

Trecho da peça Sombras no Jardim.



Trecho da peça  Sombras no Jardim

CENA 6

Locutor - Este programa tem o oferecimento do bar planeta saudade, o lugar onde você põe sua alma e seu coração em um copo.

Locutor - E agora vamos falar com a última ouvinte da noite.Será que ainda tem alguém na linha?

Toca o telefone

Locutor - Boa noite princesa!

Rosa Pequena - Alô?

Locutor - Alô princesa!Você está aí?

Rosa Pequena – Alô? Senhor Solidão?

Locutor - Sim princesa! Estou te ouvindo, qual o teu apelido?

Rosa Pequena - Rosa Pequena!

Locutor - Que delicadeza... Rosa Pequena... Que belo!
Você fala de que lugar pequena flor?

Rosa Pequena- Jardim Ângela, São Paulo.

Locutor - Conheço o Jardim Ângela. Tenho alguns amigos que moram aí.
Tudo bem com você Rosa Pequena?
Rosa Pequena -Vou indo.

Locutor - Você está com a voz triste. Está com sono?

Rosa Pequena – Não, estou cansada.

Locutor - E porquê está acordada até essa hora?

Rosa Pequena - Estou te ouvindo desde o começo do programa.E também não consigo dormir cedo.Aliás, faz tempo que não durmo direito Senhor Solidão.

Locutor - O que houve princesa? Me conte o motivo de tanta solidão.

Rosa Pequena - É uma longa história Senhor Solidão.

Locutor-Não tem problema. Me conte. Quero conhecer tua alma de flor.

Rosa Pequena - Eu sou solitária e viúva desde que me casei.

Locutor –Também foi viúva de marido vivo?

Rosa Pequena –Sim. Isso e mais um pouco.

Locutor – O que aconteceu? Passou um oceano em sua vida?
Rosa Pequena - Um terremoto.

Locutor - Me fale.

Rosa Pequena - Quando conheci meu marido éramos dois jovens.Nos encontrávamos nos bailes de fins de semana. Daí começamos a namorar. Inexperiente como toda adolescente, logo engravidei. E pouco tempo depois nos casamos. Eu não o conhecia direito, foi complicado. Um dia á noite eu estava sentada na porta de meu barraco, a polícia chegou perguntando por ele.Eu disse que ele estava no trabalho e o policial me disse: “que trabalho que nada dona, seu marido é ladrão!”.

Locutor-Que tranco hein, princesa?

Rosa Pequena - Foi um golpe duro. Meu marido não apareceu em casa nesta noite.No outro dia cedo, um amigo dele veio me dizer que ele estava preso, que eu fosse visitá-lo por que a coisa era feia (chorando).

Locutor-Não chore princesa. Respire fundo.

Rosa Pequena - (soluçando) Quando cheguei a delegacia, o delegado me perguntou se eu era esposa dele eu confirmei.O delegado me disse que meu marido iria pegar no mínimo 30 anos de cadeia.Afirmou que mataram um casal de idosos e duas crianças numa chácara em Embú-Guaçu e que meu marido e seus comparsas eram suspeitos. Não tínhamos dinheiro para pagar advogado. Ele foi pra prisão.

Locutor-Que choque pequena rosa.Que choque.

Rosa pequena - Depois disso, minha vida virou um inferno.Eu era obrigada a visitá-lo numa colônia penal no interior, uma cidade longe, horas de viagem, muita humilhação, cansaço, solidão...

( PAUSA)

Locutor - Quer falar mais?

Rosa Pequena - Não vou atrapalhar?

Locutor-Claro que não linda rosa. Abra o coração.

Rosa Pequena - Meu marido ficou 15 anos preso. Conseguiu uma liberdade condicional há quatro meses. Fizemos muitos planos Senhor Solidão.Durante esses anos eu lutei só, criei meu filho, construí uma casa, e agora, mesmo com todos os defeitos meu homem estava em casa. Era um sonho.

Locutor - Você disse era, pequena rosa?

Rosa Pequena - Sim Senhor Solidão era. Ele nunca me amou, ele amava o crime. Há duas semanas foi morto fugindo da polícia depois de fazer um sequestro relâmpago.

( PAUSA)

Locutor - Coisas da vida linda rosa e eu não sei o que te dizer.
A única certeza que tenho é que você não é a única nem será a última a passar por isso. Sim, com certeza você sempre foi viúva. 
Mas nem sempre temos que aceitar as coisas como elas são. Ás vezes precisamos mudar o curso de nossa história, mudar de bairro, de cidade, mudar a cor dos cabelos. Precisamos procurar todos os meios pra enganarmos a solidão, ela nos acompanha, ela é uma sombra que nos segue pela vida afora.
 O que nós dois sabemos é que você agora é uma mulher livre, sem amarras e sem grades. Você também pagou por crimes não cometidos e é sua hora de viver. É sua hora de pegar seu pote de ouro no fim do arco-íris, para cada dia basta seu mal e seus dias de alegria estão chegando. E sei que você também sente isso.

Rosa Pequena  - Sim, é verdade. . .

Locutor - Agora entendo sua falta de sono. Não é medo da solidão, é a dúvida do que fazer com a sua liberdade.

Rosa Pequena - Acho que sim(sorrindo).

Locutor - Então, quando o dia clarear prometa a si mesma colocar seu melhor vestido, uma flor nos cabelos e sorrir para todos, uma rosa não é uma rosa se não se abrir e soltar seu perfume para o mundo.

( Rosa Pequena Sorri)

Locutor - Boa sorte linda Rosa Pequena do Jardim Ângela. Seja feliz você merece.

Rosa Pequena  – Boa noite Senhor Solidão, obrigada.

Locutor - Eu te agradeço por me mostrar seu coração linda flor.Um beijo.