Contos Eróticos Infantis
A Professora Sensual e o Amendoim nas Calças
Lá no final dos anos setenta, o
Colégio Mário Rangel era como nossa casa. Depois que o tempo passou é que fomos
perceber o quanto nossa escola foi importante. Talvez, por não termos naquele tempo
acesso a todas as facilidades da vida super moderna destes novos tempos. Naquele
tempo, na periferia, só havia os campinhos pra jogarmos futebol e a televisão
que só transmitia três ou quatro canais. Por isso, nossas brincadeiras eram sempre
na rua.
Nós amávamos nossa escola, amávamos
nossos colegas e professores. Tínhamos certeza que poderíamos viver para sempre
no Colégio Mário Rangel.
De tudo que havia na escola, o
que mais gostávamos eram as festas de encerramento de ano. E também, a Professora
Vânia... Era com ela que a gente sonhava, era com ela que todos os garotos planejavam
se casar...
A Professora Vânia era uma moça
belíssima, loira, alta, de lindos e grandes olhos verdes. Nossa professora
gostava de rock and roll, de vez em quando usava aquelas roupas de moda hippie,
grandes batas coloridas, calças boca de sino, grandes colares, pulseiras e
óculos escuros com aros grandes. Nossa imensa e incontida alegria era quando
ela usava as roupas mais sensuais. Nossa gigantesca alegria era quando ela
entrava na sala de aula, com aquelas blusas que não cabiam aquele par de seios.
Nossa esfuziante alegria era quando ela vestia aquelas saias que, segundo as
leis da física, não cabiam aquelas ancas. Nas aulas da Professora Vânia, a
gente rezava para que as horas não passassem.
A Professora Vânia adorava amendoim.
Todos os dias ela passava na
banca de doces e comprava um saquinho de amendoim. Depois que ela passava a
matéria na lousa, ela sentava-se em sua mesa e ia apertando os bagos e soltando
os caroços do amendoim. Esfregava os caroços, retirava a casquinha e quase nos
matava , quando delicadamente, colocava cada caroço na boca, com o cuidado de
não retirar o batom que marcava seus lábios carnudos.
Nos dias em que ela usava suas
roupas sensuais, acontecia uma verdadeira romaria dos meninos da sala, mal a
professora passava a lição e logo que se sentava os meninos, um a um, seguidas
vezes, iam lhe pedir explicações mais detalhadas. Todos fingiam não compreender,
somente para ficar olhando dentro de seu decote. Acho que a Professora Vânia
também gostava daquele pequeno jogo de sedução.
De todos nós, quem se apaixonou
perdida e platonicamente pela Professora Vânia foi Miltinho. Era somente ela
quem habitava seus dias. Houve um tempo em que ele andava mesmo esquisito. Tudo
o que encontrava pela frente, ele dizia lhe fazer lembrar de nossa sedutora
professora.
Os problemas começaram quando
ele começou a descobrir as coisas das quais ela gostava. Por causa da louca
paixão que ele adquiriu, eu sofri durante dias com grandes calombos nas costas
e nas pernas, por conta dos tiros de sal que levava.
Miltinho descobriu que a
Professora Vânia adorava jabuticabas. Para meu azar, perto de casa havia a chácara
do Seu Mané. Miltinho me convencia a ir roubar jabuticabas, mas todas às vezes,
o velhinho que tomava conta do lugar nos flagrava e atirava em nós com a
espingarda de sal. Miltinho era mais rápido e sempre corria na minha frente, por
consequência, eu era sempre o alvo do velhinho sem coração.
Miltinho achou uma maneira
menos perigosa para tentar chamar a atenção da professora Vânia, passou a lhe
levar rosas. Rosas que também me convencia a roubar no quintal de Dona Penha.
Dona
Penha era uma senhora, dessas crentes fanáticas, ela cultivava as mais lindas
rosas que já havíamos visto. As rosas de seu quintal eram lindas, de um rosa
magnífico e de um perfume que se podia sentir a dezenas de metros de distância.
De vez em quando ela nos pegava no pulo, tentava correr atrás de nós,como não
conseguia,pedia ajuda a Jesus, com toda força:
- Leva
eles Jesus!Leva esses encapetados pro inferno!Moleques do Satanás!
A maldição de Dona Penha atingiu Miltinho.
Na festa de encerramento do ano,
preparamos nossa festa, cada um levou alguma coisa para beber e comer. A
Heloísa levou a vitrola e os discos de discoteque. A Professora Vânia estava deslumbrante,
mais linda do que nunca. Ela bebia refrigerante e comia amendoim. Ela dançava
um pouquinho com cada um de nós, eu fiquei envergonhado e só segurei na cintura
dela. Miltinho não. Miltinho abraçou a professora, dançava de olhos fechados, imaginando
que estivesse mesmo dançando com sua namorada. A professora Vânia nem percebeu
a alegria de Miltinho, enquanto dançava,ela sorria,falava com as meninas e ia
comendo os amendoins. Quando a música terminou, a professora foi buscar o
Pedrinho para a próxima dança. Miltinho não percebeu que a música havia terminado,
permaneceu de olhos fechados, com os braços esticados, abraçando o vento. A
sala inteira começou rir de Miltinho, não pela cara de bobo, mas sim, pelo
volume que surgiu em suas calças. As meninas começaram a zombar de Miltinho, ele
ficou encabulado, fez até cara de choro. A Professora Vânia percebendo o constrangimento
de Miltinho, correu em seu socorro e afirmou sem titubear:
- Calma gente! Foi só um bago
de amendoim que deixei cair sem querer dentro das calças de Miltinho.
Para a sorte de Miltinho, as
férias começaram naquele dia.
Nunca mais vimos a Professora Vânia,
tudo culpa de um sortudo desgraçado, chamado Professor Felizardo. O filho da
mãe casou-se com ela e para nosso azar, foram felizes para sempre.