Existem coisas que nasceram para dar errado.
Tudo conspira contra, o tempo está sempre contra, a natureza humana também está
sempre contra.
Por vezes não sabemos e não descobriremos
os verdadeiros motivos de tanta contrariedade, tantos espinhos no caminho e
tantos abismos intransponíveis. Simplesmente as coisas dão errado e ponto
final.
Perus é um desses lugares que foram
talhados para dar errado...
No começo era a famigerada fábrica de
cimento, que acinzentava o ar, os rostos e as flores. Tudo era de um cinza
doentio...
Depois o bairro recebeu um golpe que
deixaria aberta uma ferida que iria doer para sempre, Perus recebeu na calada
das madrugadas um cemitério, onde a ditadura depositava os cadáveres de seus
crimes.
E por último, como se já não fosse o bastante,
Perus passou a receber o lixo da cidade. Nasceram os lixões de Perus, o bairro
era agora o esgoto da cidade de São Paulo.
Realmente Perus nascera fadado ao
fracasso...
Mas em 2006 um homem desembarca em
Perus e faz uma caminhada solitária pelas ruas do bairro, como todo visitante,
observou as dificuldades... E chorou em silêncio...
Esse homem ajudou a organizar a comunidade,
mostrando a todos que era possível transformar tudo aquilo e assim foi feito...
Hoje Perus não é mais o esgoto da cidade,
o lixão acabou, no lugar ficou o dinheiro gerado pelos créditos de carbono. O
cemitério clandestino é uma página da história do Brasil que será mantida na
memória para que nunca nos esqueçamos da luta de muitos.
E pra falar das flores...
As flores de Perus não são mais
cinza, hoje as flores são vivas.
Ainda falta fazer muitas coisas no bairro,
mas ninguém mais abre mão de tudo que foi conquistado. A comunidade está aprendendo
a ser dona do seu próprio destino.
O homem que chorou em silêncio nas
ruas de Perus chama-se José Police Neto, é vereador pela cidade de São Paulo, está
no seu segundo mandato e é candidato à reeleição. José Police Neto entregou
para as pessoas de Perus o que todos nós queremos. Que o nosso bairro seja
realmente nosso.
Parecia que Perus nascera fadado ao fracasso, o povo mostrou que não. Perus é hoje um bairro vivo!