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Art. 1º A
República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e
Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito
e tem como fundamentos:
Parágrafo
único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes
eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.
Este é o primeiro capítulo da Constituição da República
Federativa do Brasil, promulgada no dia 5 de outubro de1988.
Antes desse dia histórico, foram vinte e quatro anos de
incertezas e angústias. O povo brasileiro não sabia por qual caminho iria caminhar.
Vinte um anos de um regime militar que nos tirou direitos civis. Durante esse
período, eleições verdadeiras nunca existiram.
Foi um trabalho árduo de muitos homens e mulheres que se
propuseram a organizar a sociedade.Quase
todos trabalhando na clandestinidade porque não havia o mínino direito à
expressão.
Ainda nos falta muito como nação, mas não podemos deixar de
comemorar muitos avanços.
O que não podemos é retroceder, jogar no lixo o suor, a
história, e até a vida de muitos que vislumbraram o Brasil como nação livre e
independente.
Durante séculos nos contaram muitas mentiras, ocultaram
nossa história, omitiram nossos verdadeiros heróis.
Há tempos deixamos de aceitar as mentiras que sempre nos
contaram. Estamos aprendendo a caminhar
lado a lado com a verdade.
Comecei este texto citando a Constituição para alertar
alguns grupos políticos e afirmando que eles estão indo na contramão da
história. Eles ainda insistem em defender regimes comunistas.
O comunismo morreu quando o ex dirigente Mikhail Gorbachev revelou
ao mundo que a União Soviética estava falida. Falida economicamente e como nação.
O comunismo não deu certo, isto é fato.
Acho que o comunismo é excelente no papel, mas quando
pensamos nas diferenças de pensamento e nas atitudes, aí a coisa é muito diferente.
Pessoas não são iguais.
Estamos amadurecendo nosso processo democrático, as pessoas
estão entendo o valor de cada conquista. Antes o trabalhador labutava horas e horas
apenas para comprar comida, hoje continua trabalhando muito, mas também já pode
comprar um pouco de conforto.
Nunca podemos deixar de lutar por aquilo que acreditamos, mas
antes, precisamos respeitar o direito alheio. Não podemos exigir somente para nós,
a democracia é bela pelo fato de que todos devem ser ouvidos, todos têm o direito
a expressar suas opiniões. A democracia foi criada para respeitar a vontade da
maioria sem esquecer o direito e a dignidade das minorias.
Sobre o Bar do Binho.
Agora vou entrar no assunto que me trouxe até aqui, a
questão do Sarau do Binho.
O Sarau do Binho é um ponto de cultura importante para a
cidade de São Paulo, mas não só o Sarau do Binho, todos os saraus que acontecem
na cidade são importantes.
Quando soube do fechamento do bar, me senti incomodado, pois
sei da relevância e das atividades que acontecem por lá. Confesso que não sou frequentador
assíduo do sarau, tenho compromissos que me impedem de sair à noite nos dias de
semana, mas quando tenho um tempo, vou lá.
Li na internet muitas coisas, muita gente se indignou com o
fechamento do bar. Resolvi por conta própria contatar as autoridades municipais
e saber realmente o que estava acontecendo. A verdade veio à tona...
Na quinta-feira, dia 31 de maio último, liguei na
subprefeitura do Campo Limpo e falei com o Sr. Dario, chefe da fiscalização, ele
me informou sobre o que realmente estava acontecendo, me relatou fatos e marcamos uma reunião para o dia
seguinte às 16 horas.
Liguei para o Robson (Binho) e o convidei para a reunião, onde
tentaríamos chegar a um acordo que atendesse a vontade de todos. A reunião foi
marcada.
Na sexta-feira dia 1 de junho, chegamos à subprefeitura e o
Sr.Dario nos informou que quem participaria da reunião seria o Dr. Sérgio, chefe
o CPDU (Coordenadoria e Planejamento de Desenvolvimento Urbano) e o Subprefeito
Trajano Conrado.
Nos encaminhamos para o gabinete e lá ficamos por mais de
uma hora.Participaram da conversa,o subprefeito,o engenheiro
Sérgio,Robson(Binho) eu,Bruno de Paula(Coopermusp),mais duas pessoas que
acompanhavam o Robson(Binho).
A conversa foi amigável, onde todos falamos sobre a importância
do sarau. Mas para nossa surpresa, não era o sarau que estava na pauta e sim o
Bar do Binho.
O Dr. Sérgio informou (com documentos) que o bar havia seis
anos que estava passando por problemas de documentação e que o Robson estava
ciente do fato. Que desde o início lhe foi negado o alvará de funcionamento
porque o bar estava em uma área de zoneamento residencial.
Também fomos informados de que o bar já havia sido multado
duas vezes pelos mesmos problemas. Há um processo por rompimento de lacre. Existem
vinte e cinco reclamações de vizinhos, porque o bar não tem revestimento, nem
tratamento acústico e fica aberto às
vezes até as três da manhã com música ao vivo e música mecânica em alto volume.Foram
enumerados vários problemas, e enfim chegamos a um acordo.
A subprefeitura se comprometeu a conceder um alvará em 15
dias em um outro local próximo indicado pelo Robson.Também se comprometeu a
ajudá-lo no parcelamento das dívidas e emitir ofício ao delegado ,informando
sobre o fim do processo.
Como representante de uma instituição me propus também a ajudar.
Me comprometi a formalizar uma associação cultural e indicar parceiros para
ajudarem a manter a associação.
Saímos contentes da reunião, parecia que as coisas iriam se resolver.
Estávamos empenhados e tudo caminhava para um final feliz.Me enganei...
Na segunda-feira, dia 4 de junho, recebi um convite via internet,
sobre o Sarau em um novo espaço provisório, na Praça do Campo Limpo. Fiquei contente,
achei que todos se uniriam para buscar um espaço definitivo para o Bar do Binho.
Para minha surpresa quando cheguei ao local, fui recebido
com hostilidade, disseram que minha presença não era bem-vinda ali e que eu
deveria ir embora. Permaneci impassível, olhando em cada rosto, vi o Binho lá
no fundo,fui até ele e o cumprimentei,perguntei se ele havia falado sobre a
proposta e o conteúdo da reunião, ele não respondeu. Tomei a palavra e falei
por alguns minutos. Estavam todos mudos, como se não acreditassem que eu iria
até o local. Fui interrompido por uma pessoa que gritava algo desconexo, saí do
recinto e fui embora.
O que constatei em tudo o que aconteceu foi o seguinte:
O Robson (Binho) não falou a verdade, está defendendo o
tempo todo seus interesses econômicos, o bar é seu sustento, até aí tudo certo,
o que não concordo é transferir a culpa, ou por negligência ou por
desconhecimento da lei para o poder público. Também não concordo por usar um
movimento popular de cultura para interesse próprio. Também não concordo em
usar o sarau como desculpa para desrespeitar outros cidadãos.
O Sarau acontece às segundas-feiras, mas o bar abre todos os
dias. O sarau poderia ser feito em qualquer lugar,não necessariamente no bar.
Também constatei que alguns movimentos populares de cultura,
estão preocupados em fazer apenas movimentos políticos partidários e se
escondendo atrás da bandeira da cultura.
Muitos saraus vão desaparecer por falta de poetas. É muita
política e pouca poesia.
É muito mais coerente e legítimo que fundem de uma vez um
partido político, com registros, estatutos e tudo o que for direito.
Afirmo que não sou
contra a luta legítima.Sou contra a manipulação dos fatos.
A verdade dói, mas só dói uma vez, a mentira dói a vida
inteira!