Marcos Tecora Teles

Marcos Tecora Teles

Monday, June 11, 2012

Sobre o Sarau do Binho... Por Favor,Mais Poesia e Menos Política!


Imagem deboragarcia.blogspot.com
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:
I - a soberania;
II - a cidadania;
III - a dignidade da pessoa humana;
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
V - o pluralismo político.
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.

Este é o primeiro capítulo da Constituição da República Federativa do Brasil, promulgada no dia 5 de outubro de1988.
Antes desse dia histórico, foram vinte e quatro anos de incertezas e angústias. O povo brasileiro não sabia por qual caminho iria caminhar. Vinte um anos de um regime militar que nos tirou direitos civis. Durante esse período, eleições verdadeiras nunca existiram.
Foi um trabalho árduo de muitos homens e mulheres que se propuseram  a organizar a sociedade.Quase todos trabalhando na clandestinidade porque não havia o mínino direito à expressão.
Ainda nos falta muito como nação, mas não podemos deixar de comemorar muitos avanços.
O que não podemos é retroceder, jogar no lixo o suor, a história, e até a vida de muitos que vislumbraram o Brasil como nação livre e independente.
Durante séculos nos contaram muitas mentiras, ocultaram nossa história, omitiram nossos verdadeiros heróis.
Há tempos deixamos de aceitar as mentiras que sempre nos contaram. Estamos aprendendo  a caminhar lado a lado com a verdade.     
Comecei este texto citando a Constituição para alertar alguns grupos políticos e afirmando que eles estão indo na contramão da história. Eles ainda insistem em defender regimes comunistas.
O comunismo morreu quando o ex dirigente Mikhail Gorbachev revelou ao mundo que a União Soviética estava falida. Falida economicamente e como nação. O comunismo não deu certo, isto é fato.
Acho que o comunismo é excelente no papel, mas quando pensamos nas diferenças de pensamento e nas atitudes, aí a coisa é muito diferente. Pessoas não são iguais.
Estamos amadurecendo nosso processo democrático, as pessoas estão entendo o valor de cada conquista. Antes o trabalhador labutava horas e horas apenas para comprar comida, hoje continua trabalhando muito, mas também já pode comprar um pouco de conforto.
Nunca podemos deixar de lutar por aquilo que acreditamos, mas antes, precisamos respeitar o direito alheio. Não podemos exigir somente para nós, a democracia é bela pelo fato de que todos devem ser ouvidos, todos têm o direito a expressar suas opiniões. A democracia foi criada para respeitar a vontade da maioria sem esquecer o direito e a dignidade das minorias.

Sobre o Bar do Binho.

Agora vou entrar no assunto que me trouxe até aqui, a questão do Sarau do Binho.
O Sarau do Binho é um ponto de cultura importante para a cidade de São Paulo, mas não só o Sarau do Binho, todos os saraus que acontecem na cidade são importantes.
Quando soube do fechamento do bar, me senti incomodado, pois sei da relevância e das atividades que acontecem por lá. Confesso que não sou frequentador assíduo do sarau, tenho compromissos que me impedem de sair à noite nos dias de semana, mas quando tenho um tempo, vou lá.
Li na internet muitas coisas, muita gente se indignou com o fechamento do bar. Resolvi por conta própria contatar as autoridades municipais e saber realmente o que estava acontecendo. A verdade veio à tona...
Na quinta-feira, dia 31 de maio último, liguei na subprefeitura do Campo Limpo e falei com o Sr. Dario, chefe da fiscalização, ele me informou sobre o que realmente estava acontecendo, me relatou  fatos e marcamos uma reunião para o dia seguinte às 16 horas.
Liguei para o Robson (Binho) e o convidei para a reunião, onde tentaríamos chegar a um acordo que atendesse a vontade de todos. A reunião foi marcada.
Na sexta-feira dia 1 de junho, chegamos à subprefeitura e o Sr.Dario nos informou que quem participaria da reunião seria o Dr. Sérgio, chefe o CPDU (Coordenadoria e Planejamento de Desenvolvimento Urbano) e o Subprefeito Trajano Conrado.
Nos encaminhamos para o gabinete e lá ficamos por mais de uma hora.Participaram da conversa,o subprefeito,o engenheiro Sérgio,Robson(Binho) eu,Bruno de Paula(Coopermusp),mais duas pessoas que acompanhavam o Robson(Binho).
A conversa foi amigável, onde todos falamos sobre a importância do sarau. Mas para nossa surpresa, não era o sarau que estava na pauta e sim o Bar do Binho.
O Dr. Sérgio informou (com documentos) que o bar havia seis anos que estava passando por problemas de documentação e que o Robson estava ciente do fato. Que desde o início lhe foi negado o alvará de funcionamento porque o bar estava em uma área de zoneamento residencial.
Também fomos informados de que o bar já havia sido multado duas vezes pelos mesmos problemas. Há um processo por rompimento de lacre. Existem vinte e cinco reclamações de vizinhos, porque o bar não tem revestimento, nem tratamento acústico  e fica aberto às vezes até as três da manhã com música ao vivo e música mecânica em alto volume.Foram enumerados vários problemas, e enfim chegamos a um acordo.
A subprefeitura se comprometeu a conceder um alvará em 15 dias em um outro local próximo indicado pelo Robson.Também se comprometeu a ajudá-lo no parcelamento das dívidas e emitir ofício ao delegado ,informando sobre o fim do processo.
Como representante de uma instituição me propus também a ajudar. Me comprometi a formalizar uma associação cultural e indicar parceiros para ajudarem a manter a associação.
Saímos contentes da reunião, parecia que as coisas iriam se resolver. Estávamos empenhados e tudo caminhava para um final feliz.Me enganei...
Na segunda-feira, dia 4 de junho, recebi um convite via internet, sobre o Sarau em um novo espaço provisório, na Praça do Campo Limpo. Fiquei contente, achei que todos se uniriam para buscar um espaço definitivo para o Bar do Binho.
Para minha surpresa quando cheguei ao local, fui recebido com hostilidade, disseram que minha presença não era bem-vinda ali e que eu deveria ir embora. Permaneci impassível, olhando em cada rosto, vi o Binho lá no fundo,fui até ele e o cumprimentei,perguntei se ele havia falado sobre a proposta e o conteúdo da reunião, ele não respondeu. Tomei a palavra e falei por alguns minutos. Estavam todos mudos, como se não acreditassem que eu iria até o local. Fui interrompido por uma pessoa que gritava algo desconexo, saí do recinto e fui embora.
O que constatei em tudo o que aconteceu foi o seguinte:
O Robson (Binho) não falou a verdade, está defendendo o tempo todo seus interesses econômicos, o bar é seu sustento, até aí tudo certo, o que não concordo é transferir a culpa, ou por negligência ou por desconhecimento da lei para o poder público. Também não concordo por usar um movimento popular de cultura para interesse próprio. Também não concordo em usar o sarau como desculpa para desrespeitar outros cidadãos.
O Sarau acontece às segundas-feiras, mas o bar abre todos os dias. O sarau poderia ser feito em qualquer lugar,não necessariamente no bar.
Também constatei que alguns movimentos populares de cultura, estão preocupados em fazer apenas movimentos políticos partidários e se escondendo atrás da bandeira da cultura.
Muitos saraus vão desaparecer por falta de poetas. É muita política e pouca poesia.
É muito mais coerente e legítimo que fundem de uma vez um partido político, com registros, estatutos e tudo o que for direito.
Afirmo  que não sou contra a luta legítima.Sou contra a manipulação dos fatos.
A verdade dói, mas só dói uma vez, a mentira dói a vida inteira!