Marcos Tecora Teles

Marcos Tecora Teles

Friday, June 29, 2007

"Deus" Abençoe a Guilhotina




Somos um povo, é fato e precisamos nos afirmar como nação. Mas estamos muito distante disto, a começar pelo básico, nosso sistema educacional é vergonhoso, o estado brasileiro não reconhece o professor como parte fundamental na formação do que poderíamos chamar de sociedade. Por outro lado muitos professores não respeitam aqueles à quem deveriam ensinar. E as crianças que vão às escolas em busca de conhecimento, encontram descaso, falta de atenção e outras coisas que é melhor nem citar.
A escola pública se transformou em polos de vendas de passaportes da alegria para Playcenters e Hopi Haris da vida.Diretoras e coordenadoras não se preocupam mais em levar seus alunos à museus ou teatros, preferem fazer passeios "extracurriculares" à centros de diversão, onde meninos e meninas podem "paquerar". E tem interesse financeiro, é claro.
Acredito piamente que a educação não interessa e nunca interessou aos dirigentes desta "coisa" que chamamos país.Os militares durante a ditadura só se preocupavam em formar soldados, impondo um sistema educacional de quartel.
Alardeamos aos quatro cantos que a cultura brasileira é espetacular, é rica.E o pior é que às vezes acreditamos nessas mentiras.Não, nossa cultura é pobre, não temos uma formação cultural, não temos histórias verdadeiras pra contar, nosso passado ainda é desconhecido, não sabemos como fomos formados, os livros "oficiais" sempre nos negaram o passado verdadeiro. O investimento em cultura é o menor de todos os investimentos, o governo prefere investir em comunicação de massa, imbecilizando os telespectadores ignorantes.
Agora me pego ouvindo que querem eleger o cristo redentor como maravilha do mundo, bobagem, mais uma vez é o Brasil querendo se afirmar como grande coisa. Querer supor que uma imagem grotesca de cimento seja declarada maravilha da humanidade, só pode ser coisa de publicitário querendo vender sabão em pó.Não que no Brasil não tenha maravilhas, é óbvio que tem, mas daí a chamar uma imagem feia, insignificante de maravilha, é preciso desconfiar.
Queremos nos afirmar como nação democrática, é uma piada de mau gosto, gostaria que me mostrassem onde está a democracia no Brasil, ainda não encontrei. Na constituição está escrito que todos somos iguais. Mas esqueceram de avisar aos juízes, delegados, policiais, políticos.O Brasil é e sempre foi um país de meia dúzia de pessoas, eles continuam aí, ditando os rumos desta "coisa", fazendo o que bem entendem.
Não sou Marxista, mas hoje entendo as posições tomadas pelas Farc, e acredito que só vamos consertar este país com muito sangue, mas não com o sangue do povo, sangue de homens desonestos como José Sarney, Lula e sua corja, Paulo Maluf, Orestes Quércia, Renan Calheiros (que vem roubando antes da era Collor), Antonio Carlos Magalhães, e outros tantos que conhecemos.
Não confio na democracia brasileira, por que não confio na justiça brasileira, sem justiça imparcial não há democracia.

Acho que deveríamos solicitar tribunais internacionais para julgar estes criminosos, porque aqui jamais serão punidos pelos crimes praticados contra o povo.Ou então já está na hora de usarmos as velhas guilhotinas em praças públicas.Vamos guilhotinar um corrupto por dia e mostrar para nossos jovens que podemos fazer desta "coisa" uma nação.
Por enquanto vamos nos enganando,fingindo que o povo acredita no Brasil e que o Brasil acredita no povo. E pedindo pra que Deus abençoe a guilhotina!

Wednesday, June 13, 2007

Quando Voltar a Sorrir



Ontem reencontrei João. Há quantos anos não nos víamos. João, amigo de confidências, de muitas noitadas e muitos copos. Mas João é hoje um homem triste. Raspou a cabeça, mudou as roupas e o jeito de falar. Me contou suas tristezas, do mundo que construiu e hoje não é mais dono.

Reencontrei João. Fiquei feliz, mas fiquei triste também, fiquei triste com a tristeza de João. João agora é um homem triste pelas coisas que conseguiu e hoje não é mais dono.

Ele era feliz quando se casou, feliz quando os filhos nasceram e cresceram. Casou, mas se separou. João agora é um homem triste, por tudo que ganhou e hoje não é mais dono.

Comprou casa na praia, na cidade e no campo, comprou carro conversível, viajou o mundo todo, mas João agora é um homem triste, por tudo que pagou e hoje não é mais dono.

Até ontem vagava por aí, sem pressa, sem dinheiro e sem destino. Falou-me da sua dor na alma, da solidão e das estrelas, as estrelas que não lhe apontam mais um caminho. João é hoje um homem triste, com medo e sozinho.

Antigamente, João e eu, éramos comandantes de naus urbanas, nas loucas viagens de ônibus por toda a cidade, da zona sul à zona norte, à procura dos “bailes -sem- fim”, na companhia de mulheres de bocas vermelhas. Mas João é hoje um homem triste, calado e tímido.

João me disse que fez um juramento de nunca mais sorrir, que sua tristeza é infinita e que a vida lhe enganou. Mas apesar de ser hoje um homem triste, João não odeia e nem guarda rancor.

Ontem percebi que João não é o único, às vezes também me pego assim, com a alma cheia de dor, às vezes também fico vagando por aí, sem pressa, sem dinheiro e sem destino, mas ainda não calculei o quanto perdi.

Tenho certeza que sou como João, também tenho a cabeça raspada. Há tempos mudei as roupas e meu jeito de falar, é que também sou um homem triste, por tudo que não consegui conquistar.

Assim como João, ainda olhos as estrelas, procurando um caminho que me leve de volta aos tempos das naus urbanas, às mulheres de bocas vermelhas e aos" bailes-sem-fim". Ainda olho as estrelas, mas tenho certeza que é só pela beleza, pelo brilho, por que hoje também sou como João, um homem triste, calado e sozinho.

Eu sei que vai parecer hipocrisia, mas é que tudo muda tão depressa, quem sabe essa tristeza um dia abrande, um amor talvez não acabe, a dor não doa tanto, o amigo não tenha novamente que partir, talvez tudo melhore, quem sabe, quando um triste João, assim, feito eu e você, puder voltar a sorrir.