Marcos Tecora Teles

Marcos Tecora Teles

Wednesday, November 27, 2013

Rua das Lembranças






Já é mais um dia e aí venho eu de volta
Caminhando pelas ruas, as ruas da periferia
Pensando aqui comigo mesmo
Quantos sonhos, desejos impossíveis
E nos pontos de ônibus
Manadas humanas de cabeças baixas
Esperando o trem da vida passar
Sigo olhando os carros velhos, as mesmas pedras encostadas
Um trem que viaja solto e vazio
Vou olhando as veias expostas
As fraturas expostas e os sorrisos tristes
Desses guerreiros e guerreiras
Dessa gente que caminha procurando um rumo
Pelas ruas, sempre as mesmas ruas
Ruas empoeiradas da periferia
Na memória vou buscando os amigos
Todos os que partiram pra última viagem
Todos os que foram empurrados pros infernos
Os mesmos amigos que ouviam Dafé e Tim Maia
Que procuravam comigo os bailes nos sábados á noite
Sempre caminhando pelas ruas, ruas empoeiradas da periferia
Um anjo sem asas passa por mim
De olhos molhados, com lágrimas vermelhas
Expulso do paraíso, como tantos, como tantos
Também veio morar aqui, na rua das lembranças
Mata o tempo olhando os rostos marcados de minha gente
Dessa gente que sonha e caminha
Dessa gente que sonha e caminha
Pelas ruas, sempre as mesmas ruas, ruas empoeiradas da periferia.

Tuesday, November 19, 2013

Pobres Fanáticos



Este é um texto antigo,ainda cai bem...

Os militantes do PT agem como torcedores fanáticos e sempre perdem a razão,no fundo eu até entendo, é a paixão...
Defendem o árbitro quando este "rouba" à favor de seu time,mas quando é o contrário...
Não quero com minhas opiniões tentar fazer “lavagem” cerebral em ninguém. Aliás os marqueteiros nazistas do PT conseguem fazer isso muito bem,basta ver a fúria com que algumas pessoas defendem o Lula.
Não tenho pretensão alguma de influenciar ninguém com minhas opiniões,apenas exerço meu direito(por enquanto) de expressá-las.
Mas se as pessoas não conseguem entender o que digo e escrevo,lamento.Precisam abrir o olhos e calar a boca.Tentar ofender alguém que você não conhece não é muito bonito e nem democrático.
Respeito é um principio básico de civilidade.
Quando falo do PT,sei do que estou falando.Conheço muitos pilantras que se dizem democratas e só querem mesmo é o poder absoluto.
Quanto aos homens da Al Qaeda,tenho certeza,são mais corajosos que os "gangsters" do PT.
Estamos numa democracia sem-vergonha,sim. Mas por enquanto ainda vale a vontade da maioria,então votem em quem quiserem,depois teremos que consertar tudo mesmo.
Mas o que dói mesmo é observar a ingenuidade de gente de bom coração e índole irretocável,"trabalhando" pela “reeleição” de um mau caráter.


Thursday, November 07, 2013

A Sacola Mágica



A Sacola Mágica

Não sei de onde surgiu essa história,a ouvi anos atrás em uma mesa de bar. Talvez seja uma adaptação de alguma história conhecida ou um desses contos de domínio público.
Tenho contado essa história para crianças,mesmo não sendo exatamente um conto infantil. O que sei é que as crianças adoravam ouvi-la. Por isso,resolvi escrevê-la e espero que divirtam-se com o texto.

Um mendigo caminhava pelas ruas de uma grande e rica cidade. Carregava com cuidado uma velha sacola. Ele estava faminto,caminhava sem rumo por dias e dias.
Ao passar em frente a um restaurante,parou, pensou e entrou no estabelecimento. Os funcionários ficaram surpresos e ao mesmo tempo constrangidos ao verem aquele homem maltrapilho e carregando uma sacola suja entrar em lugar tão fino.

O mendigo pediu para falar com o gerente,os funcionários relutaram,deram desculpas e por fim,chamaram o gerente do restaurante.
O gerente aproximou-se e perguntou o que queria o mendigo:
-Em que posso servi-lo?
-Posso falar com o senhor por um instante,em particular?
Surpreso com a educação do homem,o gerente o levou para um canto do restaurante.Indicou -lhe uma cadeira e também sentou-se.
O mendigo ajeitou com cuidado a velha sacola e falou para o gerente:
-Me desculpe a audácia de entrar em tão elegante restaurante e tomar seu precioso tempo,mas estou caminhando por dias e estou faminto. O senhor poderia me servir um prato?
O gerente não ficou surpreso com o pedido do homem,era habitual pessoas pedirem o que sobrava dos alimentos. O gerente revelou um motivo especial para atender aquele pedido:
-Olha amigo,me desculpe a tristeza,perdi minha mãe há poucos dias. Ainda estou muito triste e acho que servir-lhe um prato vai me trazer um pouco de alegria,pois sei que minha mãe ficaria orgulhosa de mim, ela era uma mulher caridosa.
O gerente chamou um garçom e pediu que servisse o melhor prato e o melhor vinho àquele miserável. E assim foi feito.
Após alimentar-se o mendigo chamou novamente o gerente e lhe falou:
- Amigo,muito obrigado!
-Não há de quê. Receba como um presente à memória de minha mãe-disse o gerente.
- O senhor tem um local onde eu possa lhe mostrar uma coisa?
Novamente surpreso o gerente leva o homem para a dispensa do restaurante. Lá dentro o mendigo pede para que ele tranque a porta.
-Não se assuste,não vim lhe causar mal,o que tenho pra mostrar é somente para o senhor-falou o mendigo.
O homem maltrapilho e miserável colocou a sacola em cima de um mesa e lá de dentro tirou uma miniatura de um piano. Com extremo cuidado,colocou as mãos novamente dentro da sacola e de lá retirou dois camundongos trajando fraque.
O gerente olhava incrédulo para aquele homem,tentando imaginar o que ele faria com os ratos e o pequenino piano.
O mendigo abriu um sorriso e ordenou que um dos camundongos tomasse lugar ao piano. O pequeno animal ajeitou o traje e sentou-se no pequenino banco. Com mais um sorriso o mendigo ordenou que o outro camundongo se colocasse ao lado do pequenino instrumento.
Encantado e extremamente emocionado o gerente estava mudo,presenciava uma maravilha.
Com um pequeno palito ,o mendigo começou a reger seus músicos.

O camundongo ao piano fazia soar notas celestiais e da garganta do outro camundongo,saía uma voz jamais ouvida.
O gerente ouvia a música e chorava...E chorava...E chorava...
Após os dois camundongos executarem a música,o mendigo os colocou de novo dentro da sacola.
-Obrigado pelo almoço.-disse o mendigo ao gerente do restaurante.
Ainda trêmulo pela surpresa e tocado por tamanha emoção o gerente pergunta ao mendigo:
-Porquê você vive na rua? Você pode vender esses animais e ficar rico.
-Não preciso de dinheiro. Esses dois animais são minha família e minha vida. Não haveria dinheiro que pudesse comprá-los.
-Muito obrigado por ter me mostrado um milagre de Deus- disse o gerente.
Após agradecer pelo alimento e pelo vinho o mendigo foi embora. Minutos depois ele retornou e chamou o gerente:
-Me perdoa!
-Perdoar? Eu que te agradeço. Você me mostrou uma maravilha - falou o gerente.
- Eu menti para o senhor. Aproveitei seu momento de tristeza e menti. Me desculpe.
-Como mentiu?Ouvi a música,vi os ratinhos …
-Na verdade,quem faz tudo é o pianista,o outro apenas dubla.

O mendigo foi embora com sua sacola e nunca mais foi visto naquela rua.