Contos Eróticos
Infantis – A Pecadora do Metrô
Miltinho e eu, pela primeira vez iríamos
andar de Metrô. Passaríamos o final de semana no bairro de Santana, na casa de
minha querida tia Diná. Só em sair do Capão Redondo e atravessarmos sozinhos a cidade,
já seria uma aventura e mataríamos um pouco de nossa grande curiosidade.
Fomos até o centro da cidade e de lá tomamos
o Metrô na Praça da Sé.
Era um sábado de manhã, a cidade estava vazia,
pouquíssimas pessoas aguardavam na plataforma com destino à Santana. Felizes e
excitados com a aventura, Miltinho e eu, embarcamos no penúltimo vagão.
Ela entrou na Estação São Bento. Vestia um
vestido curtíssimo, esvoaçante,que à medida em que caminhava,ia deixando à
mostra parte dos seios e da bunda. Ela era uma mulher linda e parecia a Sônia
Braga em uma cena de Gabriela.
Ela
sentou-se em um banco à nossa frente, um homem velho a acompanhava. Ele lhe
fazia carícias e juras de amor. A cena era digna das que víamos nas revistas
que meu tio escondia embaixo do colchão. Não conseguíamos tirar os olhos do
casal. O homem, sem querer, vez outra, nos presenteava com uma visão privilegiada
daquele corpo de mulher. Ele a abraçava e passava - lhe as mãos pelo corpo. A
todo instante a barra do vestido dela subia até a barriga e as alças caiam até
o colo. De vez em quando, parecia até mesmo estar nua.
Miltinho e eu, inconscientemente, naquele
momento, pensávamos a mesma coisa. Certamente, uma meia seria sacrificada
naquela noite. A imaginação é realmente uma coisa inexplicável...
A cena prosseguia, mas a mulher não
demonstrava muito interesse no velho. Percebíamos que ela fingia. Ela também
mostrava-se ansiosa,parecia querer livrar-se logo dele.À todo instante olhava o
relógio,como se estivesse atrasada para algum compromisso muito importante.
Depois de uma longa e tórrida despedida, o
velho desembarcou na Estação Carandiru. Ela lhe sorriu, ele retribuiu com um
sorriso estranho e um tanto maldoso.
A voz nos alto – falantes nos informava que
estávamos em Santana. Ela saiu apressada do vagão. Miltinho e eu fomos a
observando desaparecer na estação e pensávamos na meia...
Minha tia havia pedido para a esperássemos na
lanchonete ao lado da estação. Como chegamos mais cedo, sentamos em uma mesinha
do lado de fora e pedimos uma Laranja Pop. Enquanto bebíamos nosso refrigerante,
Miltinho e eu falávamos sobre a moça no Metrô. Minutos depois ela reapareceu...
Miltinho e eu olhávamos incrédulos. Agora
ela vinha acompanhada de um homem jovem e bem vestido. Não entediamos mais nada.
Há poucos minutos ela se desmanchava de desejos com o velho. Agora, estava
maravilhosa e feliz ao lado do homem jovem. O Homem jovem a levou para dentro
da lanchonete. Miltinho eu, de vez em quando a ouvíamos gargalhar.
A moça nem nos notou.
Minha tia demorava a chegar. A todo
instante,íamos até a esquina olhar se ela estava chegando, poderia ter se
desencontrado de nós.
Em uma dessas idas e vindas, ouvimos pipocos,
pensamos que fossem rojões. Formou-se um tumulto em frente da lanchonete.
Miltinho e eu vimos o homem jovem caído em
uma grande poça de sangue. Entre o balcão e o corredor, estava ela, estirada no
meio do salão. Seu corpo seminu mostrava os furos feitos pelas balas. Os tiros
foram certeiros.
O homem velho não havia desembarcado na
Estação Carandiru, apenas mudou de vagão. Seguiu a moça e vingou-se da traição.
Miltinho e eu ficamos estarrecidos, apavorados
com aquele crime. A moça que parecia a Sônia Braga, agora é só um lindo corpo
sem vida.
Depois do acontecido, passamos muito tempo
sem levar meias para debaixo do cobertor.