Marcos Tecora Teles

Marcos Tecora Teles

Friday, January 23, 2015

Contos Eróticos Infantis – A Pecadora do Metrô

Fonte:Internet - Paula Romani



Contos Eróticos Infantis – A Pecadora do Metrô

   Miltinho e eu, pela primeira vez iríamos andar de Metrô. Passaríamos o final de semana no bairro de Santana, na casa de minha querida tia Diná. Só em sair do Capão Redondo e atravessarmos sozinhos a cidade, já seria uma aventura e mataríamos um pouco de nossa grande curiosidade.
   Fomos até o centro da cidade e de lá tomamos o Metrô na Praça da Sé.
   Era um sábado de manhã, a cidade estava vazia, pouquíssimas pessoas aguardavam na plataforma com destino à Santana. Felizes e excitados com a aventura, Miltinho e eu, embarcamos no penúltimo vagão.
   Ela entrou na Estação São Bento. Vestia um vestido curtíssimo, esvoaçante,que à medida em que caminhava,ia deixando à mostra parte dos seios e da bunda. Ela era uma mulher linda e parecia a Sônia Braga em uma cena de Gabriela.
   Ela sentou-se em um banco à nossa frente, um homem velho a acompanhava. Ele lhe fazia carícias e juras de amor. A cena era digna das que víamos nas revistas que meu tio escondia embaixo do colchão. Não conseguíamos tirar os olhos do casal. O homem, sem querer, vez outra, nos presenteava com uma visão privilegiada daquele corpo de mulher. Ele a abraçava e passava - lhe as mãos pelo corpo. A todo instante a barra do vestido dela subia até a barriga e as alças caiam até o colo. De vez em quando, parecia até mesmo estar nua.
   Miltinho e eu, inconscientemente, naquele momento, pensávamos a mesma coisa. Certamente, uma meia seria sacrificada naquela noite. A imaginação é realmente uma coisa inexplicável...
   A cena prosseguia, mas a mulher não demonstrava muito interesse no velho. Percebíamos que ela fingia. Ela também mostrava-se ansiosa,parecia querer livrar-se logo dele.À todo instante olhava o relógio,como se estivesse atrasada para algum compromisso muito importante.
   Depois de uma longa e tórrida despedida, o velho desembarcou na Estação Carandiru. Ela lhe sorriu, ele retribuiu com um sorriso estranho e um tanto maldoso.
   A voz nos alto – falantes nos informava que estávamos em Santana. Ela saiu apressada do vagão. Miltinho e eu fomos a observando desaparecer na estação e pensávamos na meia...
   Minha tia havia pedido para a esperássemos na lanchonete ao lado da estação. Como chegamos mais cedo, sentamos em uma mesinha do lado de fora e pedimos uma Laranja Pop. Enquanto bebíamos nosso refrigerante, Miltinho e eu falávamos sobre a moça no Metrô. Minutos depois ela reapareceu...
   Miltinho e eu olhávamos incrédulos. Agora ela vinha acompanhada de um homem jovem e bem vestido. Não entediamos mais nada. Há poucos minutos ela se desmanchava de desejos com o velho. Agora, estava maravilhosa e feliz ao lado do homem jovem. O Homem jovem a levou para dentro da lanchonete. Miltinho eu, de vez em quando a ouvíamos gargalhar.
   A moça nem nos notou.

   Minha tia demorava a chegar. A todo instante,íamos até a esquina olhar se ela estava chegando, poderia ter se desencontrado de nós.
   Em uma dessas idas e vindas, ouvimos pipocos, pensamos que fossem rojões. Formou-se um tumulto em frente da lanchonete.
   Miltinho e eu vimos o homem jovem caído em uma grande poça de sangue. Entre o balcão e o corredor, estava ela, estirada no meio do salão. Seu corpo seminu mostrava os furos feitos pelas balas. Os tiros foram certeiros.
   O homem velho não havia desembarcado na Estação Carandiru, apenas mudou de vagão. Seguiu a moça e vingou-se da traição.
   Miltinho e eu ficamos estarrecidos, apavorados com aquele crime. A moça que parecia a Sônia Braga, agora é só um lindo corpo sem vida.
  Depois do acontecido, passamos muito tempo sem levar meias para debaixo do cobertor.

Friday, January 16, 2015

Contos Eróticos Infantis - A Prostituta da Cidade das Andorinhas



Imagem: Internet



Contos Eróticos Infantis

A Prostituta da Cidade das Andorinhas

   Havia quatro meses que estávamos na estrada, e em cada lugar,cada comunidade que chegávamos,colocávamos em prática o que os padres nos ensinavam durante a jornada. Àquela altura, nossas mochilas já estavam mais leves,em cada lugar que parávamos,deixávamos um pedaço da biblioteca que carregávamos nas costas.
   Havíamos estado em muitos lugares. Agora estávamos em Anagé, uma pequena cidade no sertão baiano. Chegamos em uma tarde de calor intenso,sob aquele céu azul-claro do mês de maio de 1984.
   O céu da cidade era enfeitado por um bando de andorinhas.
   Nunca ficávamos muito tempo em cada lugar.  E ali, ali não seria diferente.
   Fomos alojados no quartel do Tiro de Guerra. Estávamos eufóricos, afinal, depois de meses, iríamos finalmente dormir em uma cama com colchão.

   Dias depois de acomodados na cidade, já havíamos nos habituado com a comunidade rural e com a rotina do lugar. E como de costume, os padres nos informaram que era hora de partir novamente.
   Os recrutas tornaram-se nossos companheiros e amigos. Também eram nossos guias por ali e nos levavam à quase todos os lugares onde podíamos nos divertir.
   Ficou combinado que partiríamos na segunda-feira. No sábado, combinamos de ir conhecer um prostíbulo que ficava na zona rural. A ansiedade era imensa, os hormônios de todos escapavam até pelos olhos.
   Enfim, chegara o momento.Enquanto os padres dormiam,escapamos pelas janelas laterais do velho prédio do quartel. Rapidamente ganhamos a rua e adentramos na mata. Depois de uma longa caminhada, avistamos a casa que ficava na beira de um riacho seco.
   O lugar tinha um aspecto de pobreza extrema. Era uma casa grande e velha, com quartos nos corredores e no quintal. A sala era ampla e havia um balcão improvisado, feito de adobão e uma geladeira Frigidaire caindo aos pedaços. A música saía de uma velha vitrola National, que não se cansava de tocar um disco do Wando. Não eram muitas as mulheres, contamos oito no total. Algumas eram até bonitas, outras nem tanto.
   Os rapazes, incentivados pelos recrutas, logo entraram na farra. Eu e Miguel Marinho ficamos sentados em um dos poucos bancos que havia na sala, bebíamos cerveja e fumávamos nosso cigarro. Foi quando ela entrou.
   Era como se ela tivesse saído de um daqueles filmes surrealistas. Ela era uma mulher de meia – idade, esquálida, tinha os cabelos desgrenhados, usava um batom carmim que lhe acentuava os lábios avantajados. Vestia uma combinação já muito gasta, com furos no sutiã. A calcinha, além de ser maior do que seu número estava costurada nas nádegas e mal escondia sua intimidade.Era grotesco. Mesmo com tudo isso, Zita era engraçada. Tinha bom astral e acabou nos revelando toda a tristeza e amargura por estar ali.
    Com tantas moças jovens e bonitas no prostíbulo, homem nenhum se interessava em ir para a cama com ela. Mesmo assim ficava por ali, limpava a casa, lavava as roupas e servia no bar. Tornou-se uma espécie de “clown”, divertindo os frequentadores.
   Miguel Marinho e eu ficamos curiosos com aquela figura. Zita era um personagem que insistia em querer ser real.
   Zita era realmente uma mulher triste, que fingia ser alegre para não morrer de fome naquele sertão.
   Zita também nos contou que havia saído do Crato, deixando para trás três filhos, só para tentar encontrar o marido que foi “buscar” ouro em Serra Pelada, e que sabia que ele jamais retornaria. Zita nos contou que depois de cinco anos, perdeu definitivamente as esperanças e começou a perambular pelo Norte e Nordeste, até chegar até ali.
   Zita sonhava em voltar para sua casa, no Ceará, queria ficar junto dos filhos que há tanto tempo não via. Talvez, se pudesse,montaria um pequeno negócio ou mesmo um cabaré, quem sabe?
    Zita era atormentada pelo remorso e pela saudade.
   Bebemos muita cerveja, os rapazes estavam felizes e satisfeitos. O dia começava a clarear, Zita dormia sentada em uma velha cadeira, a vitrola havia se calado. Fomos embora.
   No caminho, voltando para o quartel, falamos de Zita, de sua história, de sua dor e de sua saudade. Fomos abatidos por um profundo sentimento de pena e solidariedade. Nós iríamos ajudá-la de alguma forma. Nossos corações doíam. Os corações dos recrutas e os dos civis.
   Os padres nos esperavam na porta do Tiro de Guerra, levamos muitas broncas e os sermões foram quase intermináveis.
   Mais tarde, voltamos ao prostíbulo, fomos procurar Zita. Nós lhe entregamos um pacote com todo o dinheiro que levávamos conosco, dinheiro que nossas famílias nos enviavam e nunca tínhamos onde gastar. E não era pouco dinheiro.
   Na segunda – feira, estávamos prontos para seguir nosso rumo. Na frente da agência de passagens estava Zita, com suas malas surradas e com um sorriso enorme que lhe enfeitava o rosto marcado por anos de busca e incertezas. Antes de entrar no ônibus que a levaria de volta pra casa, Zita beijou e abraçou cada um de nós. Abraços tão cheios de gratidão que podíamos sentir o amor exalar do coração daquela pobre mulher.
   Em nossas viagens, aprendemos com os padres, que o dinheiro não traz felicidade, mas pode comprar um pouco de paz.
   Quando o ônibus que levava Zita começou a entrar na rodovia pudemos ver o bando de andorinhas lhe seguindo.
  De alguma forma, aquelas andorinhas chegaram ali ao mesmo tempo em Zita também chegara. E partiram juntas. Zita e as andorinhas.